Queiroga se torna vice-presidente de academia que condena cloroquina
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou, na tarde de terça-feira (11/5), ter recebido convite para se tornar vice-presidente honorário da Academia Nacional de Medicina (ANM).
“A solenidade de posse acontecerá virtualmente, nesta quinta-feira”, assinalou o ministro, em comentário publicado numa rede social.
Fundada sob o reinado do imperador Dom Pedro I, em 1829, a ANM se reúne semanalmente para discutir assuntos médicos da atualidade, além de promover congressos e distribuir prêmios para médicos e pesquisadores.
Em abril do ano passado, a academia alertou sobre o uso “indiscriminado” da cloroquina e da hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19.
Os remédios têm sido amplamente divulgados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), apesar de não haver comprovação científica para tratamento da doença – ao contrário, mostram-se ineficazes contra a Covid-19 e podem causar efeitos colaterais nos pacientes.
Após um ano, em abril de 2021, o presidente da ANM, Rubens Belford Jr, voltou a repreender, segundo registro do colunista Lauro Jardim, no jornal O Globo, o uso da cloroquina com o tratamento precoce da Covid-19.
“Os chamados kits de tratamento precoce para a Covid-19, com cloroquina, antibióticos etc. não têm valor algum. Não há nenhuma evidência que suporte este tipo de tratamento”, disse.
“Trata-se de medicamentos que podem, algumas vezes, causar reações tóxicas. Não gastem os poucos recursos que vocês têm em coisas deste tipo. Seria como mandar matar uma galinha na esquina toda noite. Não há base para isso”, prosseguiu Rubens, cientista nível 1-A do CNPq.
Ao Metrópoles, a academia informou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ocupa a posição de vice-presidente honorário da ANM e pode se dirigir aos médicos de todo o Brasil dessa maneira.
“O presidente da ANM, professor Rubens Belfort Jr, tem conversado com o ministro Marcelo Queiroga e acredita que os laços se fortalecerão ainda mais daqui para frente”, explicou.
