Produtores rurais são impedidos de reformar ponte sem nenhum custo para a Prefeitura de Coxim

A ponte de madeira sobre o Córrego do Sítio, a 9 km de Coxim, há muitos anos se encontra em péssimo estado de conservação e manutenção, tornando-se uma tragédia anunciada, conforme fotos do site Diário X e publicações nas redes sociais dos cidadãos coxinenses e produtores rurais que trafegam pela Transpantaneira, zona rural do Município.

Na região, tem um grande número de fazendas, confinamentos, assentamentos e produtores rurais, onde o ganho na produtividade dentro das propriedades, se esbarra no escoamento da produção, da porteira para fora, com estradas e pontes em situação caótica, de difícil trafegabilidade.

Cansados de esperar pelo poder público municipal, produtores rurais se uniram e decidiram arcar com todos os custos da reforma da ponte do Córrego do Sítio, comprando os materiais e também pagando a mão de obra, visto que o serviço estava sendo executado por trabalhadores de uma fazenda localizada na região

Segundo informações obtidas pela reportagem do site Diário X, os produtores rurais compraram com recursos próprios, em uma empresa de Coxim – também beneficiando o comércio local – o madeiramento de primeira qualidade e outros materiais necessários para executar toda a reforma da ponte, no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

Na manhã de segunda-feira (28), os trabalhadores encarregados de fazer o serviço, iniciaram a execução da obra, onde todas as pranchas do assoalho que estavam quebradas seriam substituídas por madeiramento novo e reforçado. No entanto, tiveram que parar o trabalho, antes da conclusão, por recomendação de um servidor da Prefeitura de Coxim.

De acordo com informações, o servidor público municipal relatou que ninguém pode mexer na ponte, devido a publicação de um processo licitatório que será ainda realizado pela prefeitura de Coxim, onde aí é que será selecionada a empresa que vai executar o serviço de reforma da ponte, sabe-se lá por qual valor

Um cidadão que reside na região, disse: “Muitas pessoas dependem dessa ponte e essa reforma sempre foi promessa de vários candidatos nas últimas campanhas eleitorais, sem resultados práticos até agora. Esses políticos que não tem capacidade, nem coragem e vontade de agir em favor da população, só querem encher o bolso de dinheiro e não estão nem aí para as urgências que a população necessita, como por exemplo, essa ponte e as estradas rurais de Coxim”, desabafou.

Um produtor rural, que pediu para não ter o nome divulgado, disse:

“Chega de ficar com a boca fechada nessas questões de interesse da população trabalhadora e geradora de renda. Aqui na região tem confinamento com mais de 5 mil bois, onde os proprietários estão sem condições de levar insumos, devido às péssimas situações das estradas e das pontes. Tem dezenas de carretas de bois para serem retirados, mas não tem como deslocar esses animais porque a ponte do Sítio não oferece condições de passar”.

“Não recebemos os benefícios dos altos valores que pagamos ao Fundersul. Nós produtores rurais, diante da situação, decidimos fazer um orçamento, comprar as madeiras e reformar a ponte. Não podemos esperar pelo cumprimento das promessas dos políticos e do sistema licitatório demorado da máquina pública. O confinamento e o gado para ser retirado tem o momento certo. A gente precisa e tem que trabalhar”, finalizou o produtor rural.

“Assim que desmontamos a ponte e começamos a colocar a madeira nova, veio um funcionário da Prefeitura de Coxim dizendo que tínhamos um tempo para sair de lá, senão iria virar caso de polícia. Aí eu pergunto, como a gente vai trabalhar, como vamos gerar lucro para a própria cidade, se estamos sendo impedidos de reformar uma ponte que vai nos dar condições de trabalho!?”, perguntou um dos interessados na reforma da ponte.

Com relação ao impedimento e paralisação da reforma da ponte pelos produtores rurais, um cidadão indignado, relatou:

“O secretário de Obras, Eliezer Ferreira, tem conhecimento de tudo. Ficamos paralisados diante dessa situação. Gastamos 25 mil reais para reformar a ponte, mas quanto será que vai custar a licitação da prefeitura? E quanto tempo vai levar para iniciar a obra e concluir? Essa licitação pode ser direcionada para outra ponte ou outra obra, sem nenhum problema para a prefeitura de Coxim”, exemplificou.

Um motociclista que passava com a esposa, no momento em que a reportagem do Diário X fazia o registro fotográfico, disse:

“Até mesmo de moto eu sempre descia e empurrava, devido os buracos das pranchas velhas de madeira e os pregos que apareciam. O serviço que foi feito aqui estava ficando muito bom. Já tinham colocado de 8 a 10 pranchas novas, mas tiveram que parar. Ainda bem que não retiram o material colocado e deixaram o madeiramento novo para não prejudicar ainda mais a população”, relatou.

Entre os produtores rurais que mantiveram contato com a reportagem do site Diário X, percebe-se um sentimento de indignação e revolta, pela impossibilidade de superar a barreira da ineficiência e lentidão dos responsáveis pela administração do município de Coxim, onde os gestores não fazem, mas também não deixam ninguém fazer.

O Ministério Público Estadual, instituição permanente e essencial, responsável perante o Judiciário, pela defesa da ordem jurídica e dos interesses da sociedade – poderia – em caráter excepcional e urgentíssimo, fazer um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com a Prefeitura de Coxim.

Esse TAC representaria o zelo e cuidado com o dinheiro público, autorizando os produtores rurais a concluir a reforma recém iniciada da ponte sobre o Córrego do Sítio, dando aproveitamento ao material já comprado, possibilitando o escoamento da produção agropecuária e oferecendo condições de trafegabilidade para todos.

 

*DiarioX

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