Papo Reto com a Professora Rosemeire Farias

 

 

Quem é a Professora Rosemeire Farias?

É uma mulher apaixonada pela vida, politizada e consciente do seu papel na sociedade. É uma mulher que rompeu barreiras para ser o que é hoje, que enfrentou pré-julgamentos e preconceitos, simplesmente, por ser pobre e mulher.

Hoje luto pela educação, pelos direitos das mulheres, pelo trabalhador, por aqueles que precisam de voz.

Gosto de contar a minha história para poder inspirar outras mulheres (não só mulheres) a lutar, honestamente, por dias melhores.

Eu nasci na Vila Bordon, Campo Grande, MS. Sou filha de serralheiro e dona de casa. Meus pais não têm estudo, só estudaram o básico para saber ler e fazer conta. Minha infância foi muito pobre. Tinha dias que faltava comida.

Cresci na Vila Popular. Magricela, corria pelas ruas com a criançada, ralava-me toda no cascalho, andando de bicicleta emprestada e brincando de pegador e queimada. Subia nos pés de manga e goiaba para comer a fruta no pé, sorvete só fui conhecer depois de grande.

Tinha a vida muito difícil, faltava sapato para calçar, roupa para me vestir. No frio eu disfarçava na escola que não estava com frio, mesmo que fosse evidente que estava tremendo de frio. Casaco era artigo de luxo, praticamente não tinha. Os pés ficavam gelados porque meias não havia para atender eu e minhas irmãs. Mesmo assim eu não gostava de faltar aula. Desde pequena já tinha a consciência de que só estudando eu poderia ser alguém. Então, estudei, estudei muito.

Hoje sou Professora Dra., graduada em Letras, Pedagogia e Direito, possuo várias especializações (5 ou 6 em Direito, Pedagogia e Letras, já nem me lembro mais, preciso pegar os certificados e contar), sou mestra em Linguística e Doutora em Educação. Para completar a minha trajetória acadêmica, estou fazendo pós-doutorado.

Isso mesmo: logo, logo serei pós-doutora. Mas já adianto a vocês que o pós-doutorado não terá reflexo na minha conta bancária. Estar no ápice acadêmico não nos traz retorno financeiro na maioria das vezes. Porém, dá um sentimento de realização pessoal incrível, ainda mais quando a pessoa que chega no topo era uma menina muito pobre e simples como eu, que quando jovem tinha duas calças jeans (Sujava uma, vestia a outra. Se chovesse, eu estava “ferrada”), tênis era só um (quando furou de tanto usar, fiz uma palmilha de papelão e usei mais um pouquinho.

Hoje estou aqui falando com vocês, leitores do Tribuna do Pantanal, para que conheçam quem é a mulher que terá a satisfação de “prosear” com vocês toda quinta-feira.

Espero vocês!
Abraços!
Profa Dra Rosemeire Farias

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