Na Garagem: Nove meses após grave acidente no Japão, Bianchi morre aos 25 anos

17 de julho de 2015. Essa é a data da morte do promissor Jules Biachi decorrente do grave acidente que sofreu no GP do Japão do ano anterior. Sim, já se passaram cinco anos desde que o jovem francês partiu e deixou apenas para a imaginação tudo o que iria conquistar em sua caminhada na Fórmula 1 com seu vínculo com a Ferrari.

Na verdade, aquela sexta-feira apenas encerrou uma batalha que se iniciou nove meses antes. A corrida em Suzuka, 15ª etapa da temporada 2014, acontecia sob forte chuva. Em dado momento, Adrian Sutil acabou escapando na abandonando a prova precocemente.

A bandeira local foi acionada e um guindaste estava na curva 7 para remover o carro do alemão. Acontece que na volta 43, Bianchi aquaplanou a mais de 150 km/h e acertou em cheio o veículo, batendo a cabeça em uma grua. No momento, já se percebeu que o acidente foi de extrema violência e bastante preocupante.

Bianchi, o prodígio que se foi cedo© Fornecido por Grande Prêmio Bianchi, o prodígio que se foi cedo

O piloto da Marussia foi socorrido ainda na pista e levado de helicóptero ao Hospital Geral Yokkaichi, em Mie, cerca de 16 km de Suzuka. Ali, passou por uma cirurgia inicial de quatro horas; dois dias mais tarde, a equipe do francês liberou boletim médico indicando uma lesão axonal difusa, lesão ampla e que, em mais de 90% dos casos, deixa a vítima em coma definitivo.

Quase dois meses se passaram com toda a família Bianchi morando no Japão até que tiraram Jules do coma e seu quadro estava estabilizado. Com isso, o transportaram até o Hospital Universitário de Nice, na França, para ficar em sua terra natal. A partir de então, as atualizações do caso do francês foram liberadas quase a conta-gotas, sem nenhum avanço notável. Então, 285 dias após o grave acidente, a família deu o comunicado que não gostaria.

“Jules lutou até o final, sempre o fez, mas hoje a luta chegou ao fim. A dor que sentimos é imensa e indescritível. Queremos agradecer a equipe do hospital de Nice, (…) a equipe do Centro Médico de Mie, (…) colegas de Jules, amigos, fãs”, escreveram Philip e Cristine, pais, Tom e Melanie, irmãos.

Uma investigação foi realizada pela FIA para encontrar os motivos do acidente do jovem competidor. A entidade máxima concluiu, após as pesquisas feitas, que o erro humano foi o principal fator do ocorrido não sendo um fato isolado, mas consequência de uma sequência de eventos que contribuíram para o fatal episódio. Cerca de um ano depois, a família do piloto decidiu tomar ação legal contra a FIA, F1 e Marussia.

O comemorado nono lugar de Bianchi em Mônaco© Fornecido por Grande Prêmio O comemorado nono lugar de Bianchi em Mônaco

Jules tinha um futuro promissor. Envolvido com a Ferrari, mostrava ser uma aposta certeira da escuderia italiana e trilhava caminho para assumir um dos carros do time. Correndo na Marussia, sempre foi superior ao companheiro Max Chilton e em 2013 conseguiu os únicos dois pontos do time ao terminar o GP de Mônaco em um heroico nono lugar.

A morte de Bianchi marcou a primeira desde os fatais acidentes de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna em Ímola, em 1994. Desde então, diversas mudanças foram adotadas na F1 em relação a segurança – peças como hans-device, a estrutura de fibra de carbono para manter o piloto intacto no habitáculo e reforço dos capacetes foram importantes adições na categoria.

Mais recentemente, apesar das divergências de opiniões, os carros passaram a adotar o halo a partir de 2018. A peça localizada na frente do cockpit tem principal objetivo de proteger a cabeça do piloto – e mostrou cumprir muito bem seu papel em um acidente onde Fernando Alonso voou por cima da Sauber de Charles Leclerc, no GP da Bélgica de 2018.

 

Fonte: Grande prêmio

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