Mato Grosso do Sul é o único estado que não respondeu sobre uso de agrotóxico na água

O governo de Mato Grosso do Sul foi o único dentre 15 estados que não respondeu sobre uso de agrotóxicos na água. A falta de transparência do Estado preocupa, uma vez que possui grande área de agricultura e está sobre o aquífero Guarani, um dos mais volumosos do planeta.

A Agência Nossa é uma agência de jornalismo econômico com olhar socioambiental que produziu reportagem ampla, ouvindo representantes de 15 estados citados como alvos de preocupação por níveis de agrotóxicos na água em estudo que mapeou potenciais áreas afetadas em anos anteriores.

O estudo é de autoria do pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Robson Barizon, que destacou a importância de monitorar os níveis de agrotóxicos utilizados na agricultua e os impactos da prática ao meio ambiente. “Todas as regiões onde você tem uma agricultura intensiva, que faz uso excessivo de insumos sintéticos, são impactadas por esses produtos. Posso citar como exemplo São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia, estados que eu manteria no radar, pois o panorama permanece o mesmo”, informou.

Assim, a agência produziu uma reportagem com cada um dos 15 estados e montou uma série com todas as respostas, exceto a de Mato Grosso do Sul, que conforme a reportagem “não atendeu a nossos questionamentos, apesar de ser apontado por especialistas como um dos alvos de preocupações com níveis de agrotóxicos na água”.

Apagão de dados

A regulamentação estabelece que as concessionárias têm obrigação de realizar controle periódico – o que não tem sido realizado segundo secretarias de saúde, pesquisadores e laboratórios responsáveis pelas análises. Faltam ainda infraestrutura, acompanhamento e fiscalização por parte de municípios, estados e governo federal.

Hoje são autorizados no Brasil mais de 500 ingredientes ativos de agrotóxicos em 3.158 produtos comercializados. A norma que regulamenta o tema determina o monitoramento obrigatório de apenas 27 princípios ativos para avaliar se a água é segura para o consumo humano, mas nem de longe esta lista básica é monitorada com a frequência e abrangência que deveria.

Com exceção de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Ceará, que analisam amostras de água por conta própria, todos os demais estados, por não terem uma estrutura para fazer, enviavam, até o período da pandemia, suas amostras para o laboratório da Fundação Oswaldo Cruz e para a unidade do Instituto Evandro Chagas (IEC).

O problema é que com a pandemia os esforços dos laboratórios são voltados para análises voltadas ao Covid.

fonte:  Midiamax

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