Coca-Cola segue Unilever e se torna outro gigante do marketing a suspender anúncios no Facebook e no Twitter

Depois de a gigante americana Unilever, dona de centenas de marcas de alimentos, bebidas e produtos de limpeza e higiene pessoal, anunciar que suspenderá anúncios no Facebook e no Twitter nos EUA, a Coca-Cola tomou uma medida similar.

A multinacional fabricante de refrigerantes informou no fim da sexta-feira que vai interromper gloabalmente toda a sua publicidade paga em plataformas de mídia social por pelo menos 30 dias.

James Quincey, diretor-executivo da empresa, demandou que as redes sociais mostrem maior “transparência e responsabilidade”, depois que outras marcas decidiram retirar seus anúncios destas plataformas para obrigá-las a suprimir conteúdos que incitem o ódio.

A Coca-Cola vai usar este período para “fazer um balanço sobre estratégias publicitárias e avaliar se precisa revisá-las”, explicou o diretor-executivo.

Fortuna de Zuckerberg encolhe

A ofensiva das empresas contra as redes sociais afetou principalmente o Facebook, cujas ações despencaram. Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, perdeu cerca de US$ 7,2 bilhões de sua fortuna pessoal depois que uma série de empresas aderiram ao boicote.

Diferentemente do Twitter, o Facebook é mais resistente a medidas de moderação do conteúdo.

As ações do Facebook caíram 8,3% na sexta-feira, maior perda em três meses, depois que a Unilever, um dos maiores anunciantes do mundo, se juntou a outras marcas no boicote a redes sociais até o fim deste ano. O Twitter também perdeu valor de mercado, com uma queda de 7,4% em seus papéis.

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A queda no preço das ações do Facebook reduziu em US$ 56 bilhões o valor de mercado do Facebook, e diminuiu o patrimônio líquido de Zuckerberg para US$ 82,3 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index.

O boicote também moveu Zuckerberg para o quarto lugar entre as maiores fortunas. Ele foi ultrapassado pelo chefe da Louis Vuitton, Bernard Arnault, que foi elevado a uma das três pessoas mais ricas do mundo, juntamente com Jeff Bezos (Amazon) e Bill Gates (Microsoft).

Empresas que vão desde as telecomincações, como a Verizon, aos alimentos, como a Hershey, também suspenderam os anúncios nas redes sociais depois que analistas apontaram que o Facebook não conseguiu policiar suficientemente o discurso de ódio e a desinformação na plataforma.

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Zuckerberg respondeu na sexta-feira às crescentes críticas sobre informações erradas e falsas no site, anunciando que a empresa rotularia todas as postagens relacionadas com um link incentivando os usuários a olharem para seu novo centro de informações aos eleitores.

“Não há exceções para os políticos em nenhuma das medidas que estou anunciando”, disse Zuckerberg.

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