Cloroquina suspensa pela OMS: ainda dá para confiar? O que diz o Ministério da Saúde

26.05.2020
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Olá, bom dia.

Para começar. A semana mal começou e a Organização Mundial de Saúde (OMS) suspendeu pesquisas com hidroxicloroquina para tratamento do coronavírus. A decisão ocorreu após a publicação, na revista científica Lancenet, na sexta-feira (22), de um estudo com 96 mil pacientes que aponta maior risco de mortalidade e arritmias cardíacas.

Por aqui, no Brasil, o Ministério da Saúde mudou o protocolo na última semana para ampliar o acesso ao medicamento, um dia após o pedido de demissão do ministro Nelson Teich. Neste domingo (24), em entrevista à Globo News, Teich fez um apelo: que conselhos de medicina e Ministério revejam suas políticas de oferecimento da cloroquina para tratamento da Covid-19, justamente pelo estudo divulgado sexta. “Não dá para deixar essa decisão na mão do médico”, disse.

O estudo da cloroquina a que OMS e Teich se referem foi realizado com pacientes internados em 671 hospitais pelo mundo. Mas e em pacientes não internados, casos leves e para uso preventivo, o remédio pode funcionar? Repórter de Saúde da Gazeta do Povo, Amanda Milléo conversou com infectologistas e virologistas que avaliam essas questões após a decisão da OMS sobre cloroquina. Confira:

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Ministério da Saúde . O assunto OMS e cloroquina já teve uma resposta do Ministério da Saúde, conduzido pelo interino general Eduardo Pazzuelo. Apesar de o estudo internacional sobre hidroxicloroquina ter sido suspenso, a pasta disse que não vai recuar, confira na reportagem de Camila Abrão as justificativas de Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, para manter o protocolo atual.

Atualização de casos. Enquanto segue a polarização sobre o medicamento, o número de casos se multiplica. Ministro interino, Pazzuelo alertou para a expansão do vírus em cidades do interior. De domingo (24) para segunda (25), o Brasil registrou 11.687 infectados e 807 mortes pelo novo coronavírus; veja o número total de infectados, óbitos e recuperados. E já que a melhor prevenção ainda é o isolamento, aproveite para ver na reportagem de Isabelle Barone como aplicativos e pedidos de ajuda em farmácias estão auxiliando ações de combate à violência doméstica no Brasil e no mundo durante a pandemia.

Alinhamento com a China? Não foi apenas sobre a cloroquina que a OMS se pronunciou nesta segunda-feira (25). A entidade voltou a elogiar a resposta da China à pandemia ao falar sobre a “abertura” do país asiático quanto a investigações a respeito da origem da Covid-19; saiba mais. A China também aproveitou o momento para exigir que os EUA retirem sanções impostas a exportações de empresas chinesas.

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Privilegiados. Nosso correspondente no Congresso, Olavo Soares denuncia: os projetos para cortar o salário de políticos e destinar verba à saúde empacaram. E as mais de 800 normas relacionadas à Covid-19 criadas pelo país abriram janelas para corrupção em pelo menos sete estados, confira na reportagem de Kelli Kadanus, também de Brasília.

Privilegiados 2. A Justiça vem concedendo status especial a outra categoria. Confira no texto de Fernando Jasper quem são os servidores públicos que – além de manter salário – ganharam brindes na crise. E tem ainda o privilégio dos bancos: pediram a retirada de “pautas-bomba” [para eles] do Senado na pandemia, e foram atendidos; leia na reportagem de Jéssica Sant’Ana, de Brasília.

Quem ganha? Após a divulgação do vídeo da reunião ministerial que o ex-ministro Sergio Moro aponta como prova de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, a jornalista Cristina Graeml entrevistou a deputada e jurista Janaina Paschoal: “Não tem crime ali”. Já Mario Vitor Rodrigues defende Sergio Moro. Diogo Schelp escreve sobre a verdade de Moro e o bilhete misterioso. Rodrigo Constantino se diz admirador do Moro juiz, não do político. Roberto Indech comenta as reações do mercado ao vídeo.

Para refletir. A história tem muito a ensinar à crise do coronavírus. Confira no texto de Rafael Azevedo as consequências da gripe espanhola no Brasil e como o ceticismo de muitos à época colaborou com a maior tragédia sanitária do país. E há um fato que não podemos negar, como mostra reportagem de Fernanda Trisotto: a Covid-19 vai ampliar a pobreza e a desigualdade no país . Em sua coluna semanal, o filósofo Luiz Felipe Pondé destaca: as pessoas não leem artigos científicos sobre patologias, mas gozam com a morte; confira o texto. Leia um trecho:

“Talvez Freud, que atravessou a Primeira Guerra e a gripe espanhola, pandemia que matou uma das suas filhas, tenha percebido esse detalhe –e o gozo está no detalhe: as pessoas gozam com a morte. Elas ficam especialmente excitadas quando autorizadas a odiar, a temer, desconfiar, trair, a proibir. Fosse o vírus um exército de ocupação, o colaboracionismo seria total. Você duvida?
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