Após casos de covid-19, delegacia é fechada e detentos vão para prisão domiciliar

Após a confirmação de dois casos de covid-19 em suspeitos que estavam presos na delegacia de Polícia Civil de Miranda, cidade localizada na região do Pantanal de Mato Grosso do Sul, a unidade foi fechada para desinfecção. Todos os detidos, incluindo, os dois doentes, foram encaminhados para prisão domiciliar, por ordem da Justiça.

Estavam na delegacia oito detentos. Todos foram presos no dia 2 de abril por receptação, quando tentavam levar um comboio de veículos roubados para a Bolívia. Deste grupo, cinco moram em São Paulo. Um destes começou a apresentar sintomas de covid-19 e já na segunda-feira (13) teve caso confirmado pelas secretarias municipal e estadual de Saúde.

Nesta terça-feira (14), os órgãos de saúde confirmaram que um segundo detento, também morador de São Paulo, teve caso confirmado da doença. Um terceiro também manifestou sintomas e fez exame, mas o resultado ainda não foi divulgado.

Como o primeiro preso a ser confirmado com a doença teve contato com os outros sete que estavam detidos na unidade policial, o delegado pediu a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) a transferência dos suspeitos para presídios, mas a requisição foi negada.

A Agência informou que não tinha local adequado em presídios do estado para o “confinamento dos custodiados”, que provavelmente também já estariam infectados com a doença.

Os dois homens com casos confirmados de covid-19 foram isolados na delegacia, assim o terceiro, com sintomas.

Com a negativa da Agepen, o delegado então, solicitou a Justiça que em razão da falta de estrutura na unidade, que a prisão dos oito detidos fosse convertida em prisão domiciliar. O Ministério Público Estadual (MP-MS) se manifestou contrário, alegando que os casos confirmados deveriam ser mantidos isolados e que os outros detentos deveriam ser monitorados.

Nesta segunda-feira (13) à noite, a Justiça acatou o pedido do delegado. Dos seis homens presos por receptação com o comboio de veículos furtados, entre os quais os dois casos confirmados de covid-19, a prisão preventiva foi convertida em prisão domiciliar.

Como cinco moram em São Paulo, caberá ao governo do estado e ao município, providenciar a escolta para que sejam encaminhados para seus domicílios, onde deverão ficar recolhidos e impedidos de receberem visitas noturnas.

Outros dois homens, que não fazem parte desse grupo, mas também estavam na delegacia, tiveram a necessidade do pagamento de fiança suspensa pela Justiça, para que também pudessem ser liberados.

Em razão da situação, uma equipe do Corpo de Bombeiros viajou de avião de Campo Grande para Miranda na tarde desta terça para aplicar testes para a covid-19 em dois agentes e dois servidores administrativos da delegacia que apresentaram sintomas da doença.

A delegacia foi fechada para desinfecção.

Casos de covid-19 foram para São Paulo

Os dois casos confirmados de covid-19 entre os detentos não entraram nos registros de Mato Grosso do Sul, conforme a SES, porque eles não têm residência fixa no estado. Foram então, contabilizados para São Paulo, onde moram.

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