Pantanal registra quase o dobro de incêndios em 10 dias de setembro de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023

| Créditos: Reprodução/Bombeiros MS

 

O Pantanal enfrenta um início de setembro alarmante, com o número de incêndios nos primeiros dez dias do mês atingindo o dobro do total observado em setembro de 2023. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam um cenário preocupante: 736 focos de incêndio foram registrados entre 1º e 10 de setembro deste ano, comparados a 373 no mesmo período do ano anterior. Este aumento significativo evidencia a intensificação da crise ambiental que assola o bioma.

Embora a situação atual seja crítica, o ano de 2020 ainda detém o triste recorde de maior número de incêndios no Pantanal. Naquele ano, os primeiros dez dias de setembro registraram 2.550 focos, culminando em um total de 8.106 ao longo do mês. O impacto devastador do fogo é evidente: estima-se que quase 3 milhões de hectares já tenham sido consumidos pelas chamas em 2024, de acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ). Essa área corresponde a aproximadamente três vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro, ilustrando a magnitude da destruição.

A seca intensa, que assola a região e leva o rio Paraguai, principal bacia do Pantanal, a níveis historicamente baixos, agrava ainda mais o cenário. A falta de água contribui para a propagação das chamas, tornando o combate aos incêndios ainda mais desafiador. Diante dessa situação crítica, o governo federal reforçou o combate aos incêndios com o envio de mais cinco helicópteros equipados para o lançamento de água, elevando o contingente a nove aeronaves. Além disso, oito aviões e 44 embarcações, juntamente com cerca de 907 profissionais, atuam na região, demonstrando o esforço conjunto para conter a crise.

Em resposta à gravidade da situação, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, determinou a convocação imediata de mais bombeiros para auxiliar no combate às queimadas em todo o país. Essa medida visa fortalecer as equipes de combate e garantir uma resposta mais efetiva à crescente ameaça dos incêndios, não apenas no Pantanal, mas em outras regiões igualmente afetadas. A situação exige ações urgentes e coordenadas para proteger o bioma e minimizar os impactos socioambientais dessa crise.

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