Debate: Propostas e cutucadas

| Créditos: Reprodução/Debate Primeira Página

 

Na noite passada, Campo Grande assistiu a um espetáculo que poderia ser chamado de debate, mas que, em certos momentos, mais parecia uma rinha de velhas rixas. Os candidatos à prefeitura, reunidos sob as luzes da TV, buscavam mostrar serviços, mas as trocas de farpas roubaram a cena.

Adriane Lopes, a atual prefeita em busca da reeleição, foi o alvo preferido. Mas, ao contrário do esperado, não se deixou abater. Em meio a questionamentos sobre o crescimento modesto da cidade, lançaram um golpe certeiro: “Perguntem ao Beto e à Rose”, disse, insinuando que ambos, ocupados em Brasília, não perceberam o que acontecia em Campo Grande.

Rose Modesto, por sua vez, não deixou por menos. De pronto, desconto: “Mentira da prefeita”. Apontou obras inacabadas como prova de que estava, sim, de olho na cidade, mesmo de longe. E quando o assunto foi recursos, Rose se vangloriou de seu acesso direto ao Governo Federal, especialmente ao presidente Lula, fruto de sua passagem pelo Sudeco.

Camila Jara não ficou de fora. Cobrou de Adriane uma postura mais firme sobre o centro da cidade, relembrando que a prefeita estava “na sala ao lado” do ex-prefeito por anos, apoiando que as soluções tardias eram fruto de inércia.

Beto Pereira, em meio ao fogo cruzado, prometeu um governo enxuto, com menos secretarias e menos contratações. Porém, em sua fala, omitiu detalhes sobre como lidar com licitações – a mesma questão que o colocou na lista de “fichas sujas” do Tribunal de Contas do Estado.

Luso Queiroz (PSOL) se destacou pela coragem em meio aos protagonistas, defendendo ideias populistas com segurança, especialmente quando abordadas as questões de transporte público.

Já Beto Figueiró, que no primeiro debate havia se destacado com comentários refinados, optou por um tom mais sóbrio desta vez. Quando questionado sobre saúde, informou sua esposa, conhecida por partos humanitárias, e enfatizou a importância dos primeiros mil dias de vida das crianças para o desenvolvimento saudável.

No final das contas, o debate mostrou que a campanha está esquentando. Desta vez, as propostas surgiram para ganhar mais espaço que as farpas, e a Capital, que parecia figurante, começou a assumir seu papel de protagonista. Agora, resta esperar para ver se, no próximo encontro, esse protagonismo se consolidará de vez.

Por Alcina Reis

Jornalista Alcina Reis | Créditos: Arquivo pessoal

 

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