Lagarta encontrada em colmeia pode revolucionar a reciclagem de plástico

31 de julho de 2024 Marcus Vinicius 0 comentários

| Créditos: Simona Gaddi/Divulgação

Uma descoberta acidental da bióloga italiana Federica Bertocchini pode ser a chave para a reciclagem natural e em larga escala do plástico. A pesquisadora, que também é apicultora, observou que larvas de mariposa encontradas em suas colmeias faziam furos em plástico e, após análise, constatou que o material estava quimicamente modificado e quebrado.

A larva possui uma enzima na saliva capaz de quebrar e digerir os formatos mais complexos de plástico, incluindo polietileno, poliestireno e polipropileno, que são os polímeros mais utilizados. A descoberta abre caminho para o desenvolvimento de novas tecnologias de reciclagem que utilizem enzimas para degradar o plástico de forma mais eficiente e sustentável.

Bertocchini explica que a enzima atua quebrando o plástico em pedaços cada vez menores e introduzindo oxigênio, mas ainda não se sabe a quantidade de enzima necessária para degradar uma determinada quantidade de plástico. A pesquisadora também ressalta que as lagartas não sobrevivem com uma dieta exclusiva de plástico e que a solução para a reciclagem não está em criar “fazendas de lagartas”, mas sim em isolar e produzir as enzimas em larga escala.

Embora a descoberta seja promissora, ainda há desafios a serem superados, como a necessidade de investimento em pesquisa e desenvolvimento para otimizar a produção das enzimas e torná-las economicamente viáveis. A pesquisadora destaca a importância de atrair a atenção da indústria e de investidores para acelerar o processo e encontrar soluções para o problema da poluição plástica.

A descoberta da enzima na saliva da lagarta representa um avanço significativo na busca por soluções para a reciclagem do plástico e pode ter um impacto positivo no meio ambiente, reduzindo a quantidade de plástico que vai para aterros sanitários e oceanos.